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sexta-feira, 20 de março de 2015

As teorias que Atlântida não arrastou para o fundo do mar



A localização da cidade perdida da Atlântida continua a conquistar cientistas, artistas e conspiradores. E existe mais um lugar na extensa lista de possibilidades: Marrocos.
É um dos mistérios (ou enigmas, ou mitos, ou lendas) mais antigos da humanidade. Existiu? Onde era? Como era? A Cidade Perdida de Atlântida apoderou-se da mente dos conspiradores, absorveu a atenção dos cientistas e inspirou a imaginação dos artistas.


Conta a lenda que a Ilha foi engolida pelo Oceano Atlântico, enterrando no mar os seus habitantes e pertences: um império abundante e fasto que ninguém sabe onde se localizava. Mas terá sido mesmo assim? Não faltam teorias.
A mais recente pertence a Mark Adams. No livro “Meet me in Atlantis: My Obsessive Quest to Find the Sunken City”, o escritor defende que a Cidade de Atlântida ficava na costa de Marrocos, e estaria de alguma forma relacionada com a travessia do mar Vermelho, descrita na Bíblia. A entrevista a Adams foi realizada pela National Geographic.
As cidades perdidas sempre apaixonaram Mark Adams. O escritor confessa que “o facto de que alguém podia realmente procurar por Atlântida e ser levado a sério era estranho”, até se ter cruzado com Platão numa livraria onde trabalhava.







Foi o filósofo grego que inflamou as perguntas sobre Atlântida. Na obra “Diálogos”, a personagem batizada como Critias descreve imensos detalhes sobre a cidade perdida, nomeadamente sobre o seu aspeto e localização relativa, e decide partilhá-los com Timateus, que está numa busca aflitiva por respostas sobre o universo.
A teoria da localização em Marrocos surgiu quando Mark Adams entrou em contato com um especialista em computadores alemão chamado Michael Hübner, que recolheu todos as pistas deixadas por Platão sobre a localização da Atlântida.
Esse cruzamento de dados geográficos concluiu que ficaria algures numa área num raio a 4.828 quilômetros de Atenas, na Grécia. De fato, na história do filósofo existe uma guerra em que Atenas derrota Atlântida. E, de acordo com a própria obra, Hübner teorizou que a cidade perdida estaria a sul de Casablanca.


A partir daí o informático e o escritor viajaram até ao deserto em busca dos círculos concêntricos pretos e vermelhos que Platão descreve no livro. “E eis que surgem os círculos concêntricos, à beira do deserto, a apenas alguns quilômetros do Oceano Atlântico”, conta Adams.
Mas esta é apenas uma de outras três localizações possíveis para a cidade perdida de Atlântida. Santorini, no Mar Egeu, tem evidências arqueológicas que realçam a hipótese desta localização. No centro da ilha grega existe mesmo um círculo com anéis em redor e um vulcão que deverá ter entrado em erupção em tempos ancestrais.
Outras hipóteses são Tartessos, a sul de Espanha, uma cidade naval com características semelhantes às dadas por Platão, e Malta, no Mar Mediterrâneo, cuja cultura ancestral terá sido destruída por um tremor de terra seguido de tsunami.
Mark Adams chegou também a estas cidades, com a ajuda dos seus amigos Tony O’Connell e Paul Evans.


Quando foram obrigados a mudar-se para Dublin, Tony decidiu mesmo preencher o seu tempo a pesquisar aprofundadamente alguns registos sobre a Atlântida. Como não encontrou nenhum local onde pudesse compilar o seu material, criou a Atlantipedia.
Mas de onde vem a relação entre a cidade perdida e os relatos do Êxodo publicados na Bíblia Sagrada? Os dados bíblicos estão em conformidade com a erupção vulcânica de Atlântida. Tudo, desde as dez pragas até à água transformada em sangue.


“Se se conhecer o que acontece durante uma explosão vulcânica, sabe-se que ela pode ser transformada das dez pragas que caíram sob o Egipto”, diz Mark Adams.
Além disso, a separação do Mar Vermelho não é um disparate total. “Tanto quanto se sabe, quando se dá um tsunami, o mar retrocede”. Isto pode ter sido o que aconteceu aos judeus, quando tentaram passar em segurança.


Os egípcios foram então mortos quando o mar regressou ao seu lugar. “Seria uma coincidência incrível se todas estas coisas tivessem acontecido por coincidência”, considera o escritor.
Para Mark Adams, a mensagem de Platão é simples: “O tempo é cíclico e até uma civilização poderosa, técnica e avançada como Atlântida pode vir a ser aniquilada”. Em Casablanca?
Mas lembremos algumas das teorias sobre a Atlântida perdida, uns mais científicos, outros mais efabulados.

Teoria Platônica

 

Para o filósofo grego, a cidade perdida de Atlântida estaria localizada depois das colunas de Hércules, no estreito de Gibraltar, numa região chamada Quadrilátero de Canais. Platão descrevo-o da seguinte forma:
“Havia montanhas numerosas, próximas à planície da cidade, ricas em habitantes, rios, lagos, florestas em tão grandes números de essências, tão variadas que davam abundância de materiais próprios para todos os trabalhos possíveis. (…) O fosso recebia os cursos d’água que desciam das montanhas, fazia a volta à cidade, e de lá, ia esvaziar-se no mar.”
O relato faz crer que a cidade seria próximo do mar. Pode ler-se ainda “é difícil crer que a obra tenha saído das mãos humanas”.

Teoria de Tântalis

 

Atlas é o nome do titã que inspirou o nome da cidade perdida. Atlântida seria uma versão da cidade de Tântalis, que deriva por sua vez do nome do rei de Síbilo (Turquia), Tântalo. Ora, esta cidade estaria localizada em Arzawa, na península de Anatólia, uma área conhecida hoje como Ásia Menor.


As escrituras clássicas afirmam que Tântalis sucumbiu a um terramoto que desfez montanhas e fez desabar o lugar nas águas da ravina Yarikaya, dando origem ao lago Saloe.

Teoria da Antártida

 

Nos anos sessenta, Charles Hapgood queria entender como se desenvolveu a era glaciar e teorizou que a acumulação de gelo nos calotes polares podia causar um peso capaz de mover a terra de tal modo que alguns continentes passaram pela era glaciar num sistema rotativo.


Então, o jornalista britânico Graham Hancock veio causar polêmica: o continente da Antártida não era mais que a ilha da Atlântida na sua era glaciar. E todas as cidades estariam enterradas no gelo polar.

Teoria do Profeta Adormecido

 

Edgar Cayce dizia ser capaz de ver o futuro e comunicar com os mortos. Durante o século XIX, Cayce identificou centenas de pessoas que seriam atlantes reencarnados. Para ele, a Atlântida estava localizada na Ilha Bimini, nas Bermudas.


A dita civilização utilizava “cristais de fogo” para obter energia. Um dia, o processo saiu do controlo e desencadeou um acidente nuclear que afundou Atlântida. Mas esta energia continua ativa a interferir com os barcos, sendo responsável pelo temeroso Triângulo das Bermudas.

Teoria do Antigo Continente

 

A teoria brasileira do cientista Arysio Nunes dos Santos assume que existem diversas civilizações na atualidade que descenderam dos atlantes. Uma cidade localizada na Indonésia seria o berço dos gregos, hindus e tupis e teria sido criado as principais técnicas agrícolas e do cavalo.

Teoria Extraterrestre

 

Ezra Floid partiu dos círculos concêntricos de Platão para chegar com uma nova teoria: Atlântida é uma gigantesca nave espacial em forma de disco movido a hidrogênio com uma usina a que chama Tempo de Poseidon.


O disco voador estava na Terra para colonizar o planeta e, por isso, viajava para vários pontos. E era por isso que muitos a dizem ter visto na Indonésia, nas Bermudas, no Atlântico (Açores) ou nos pólos.


Até que se afundou propositadamente no fundo do mar e ali permaneceu, até lançar um feixe de hidroenergia de emersão para se lançar ao espaço. Foi este processo que desencadeou um tsunami circular.



O mais famoso mapa de Atlântida foi desenhado pelas mãos de um matemático alemão do século XVII chamado Athanasius Kircher. O jesuíta desenhou-o no Oceano Atlântico, mas ninguém tem percepção sobre se a localização foi baseada em dados credíveis. Cristóvão Colombo também desenhou um mapa da cidade perdida.

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