Entre meados da década de 1990 e início dos anos 2000 participamos de projetos de desenvolvimento e implantação de várias indústrias na Zona da Mata mineira, onde chegamos a morar.
Mesmo adaptado à vida bucólica nas áreas rurais, quem é habituado à trepidação das grandes cidades sempre arruma um motivo para meter o carro na estrada, num vai-e-vem às suas origens.
Num desses retornos a Minas Gerais, após um feriadão de reciclagem psicológica nas praias do Rio de Janeiro, eu seguia completamente só pela rodovia MG-126 quando, enfim, a noite caiu.
Àquela altura da viagem me encontrava no alto da serrinha que faz a divisa entre Rochedo de Minas e São João Nepomuceno. No meio de uma curva cega à esquerda, tive a visão espetacular.
Um
monte de grandes luzes coloridas brilhava à minha frente, a uns 20º da
linha do asfalto, sobre um grotão que, durante o dia, proporciona uma
vista muito bonita da paisagem com pastagens.
Por reflexo, numa guinada joguei o carro para o acostamento de terra, parando onde havia uma velha porteira. Desliguei o motor e sai imediatamente do veículo para observar melhor.
A primeira ideia foi de que se tratasse de um avião de passageiros caindo ou buscando pouso de emergência, por alguns motivos: grande envergadura, muitas luzes e baixíssima altitude.
É curioso experimentar em situações inusitadas como o cérebro funciona, primeiro esgotando as possibilidades racionais do banco de dados mental para apenas no fim sugerir novos insights.
Além das razões anteriores, o aparelho vinha bastante devagar para o seu
tamanho e – eu já havia me informado com um aviador – naquela região
não havia rota para aeronaves civis ou militares.
Também não emitia qualquer tipo de ruído de motor ou turbina. Então poderia ser um balão junino? Quem mora em áreas rurais sabe que esta hipótese é impensável, pelos riscos que representa.
E para completar a análise visual, as luzes não eram estroboscópicas como as dos aviões de carreira, mas giravam em torno de uma estrutura metálica circular, perceptível na penumbra.
Num local rigorosamente ermo, mergulhado quase em escuridão total, num silêncio tão profundo que sequer se ouvia o barulho dos grilos e sapos, a coisa veio se aproximando, cada vez maior…
Foi quando caiu a ficha: disco voador! Só que, ao invés de me assustar, a
conclusão me levou a um estado de euforia. Meti a mão no painel, acendi
as luzes e comecei a piscar os faróis.
Aí fui para a frente de carro e comecei, primeiro, a sinalizar com os braços; depois, a pular para chamar a atenção; e, por fim, a gritar e mentalizar qualquer coisa para que pousassem ali.
Quando o OVNI de uns 30 metros de diâmetro chegou quase por cima a uma distância de 100 metros somente as luzes brancas pararam de rodar para concentrar o foco na minha direção.
Ele parou e eu entrei numa espécie de transe messiânico que, na verdade, revelava mesmo já estar à beira de um ataque histérico: Me viram! Estou entre os escolhidos! Agora vão me levar!
Mas não foi nada disso o que aconteceu. Após alguns segundos as luzes
voltaram a girar e o aparelho seguiu seu curso “normalmente”, diminuindo
de tamanho enquanto desaparecia no horizonte.
Ainda sob o efeito da descarga de adrenalina com o contato imediato, liguei o automóvel para retomar a viagem, com um sentimento ambíguo: felicidade pela experiência e frustração pela “rejeição”.
Nos dias seguintes, os desconfiados moradores locais me informaram que as estranhas aparições eram relativamente comuns naquela área, oriundas em parte da Serra do Relógio, em Descoberto.
Aquela foi a maior proximidade que tive com um objeto voador no período em que vivi em Minas. Mas não a única, porque pouco antes já tinha chegado bem perto de algo estranho numa montanha.
A imagem que abre o post é meramente ilustrativa. As demais são reais.
Fonte: Matéria Incógnita Via: ArquivosDoInsolito
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