A primeira produção e o uso em guerra
O
gás mostarda foi produzido em 1822 na Inglaterra, por Despretz e
sintetizado em 1860 por Frederick Guthrie, a partir da reação entre
etileno e SCl2. Guthrie notou os efeitos tóxicos da substância na sua
própria pele, o gás possuía um grau de toxidez significativo.
Centenas de soldados italianos foram mortos por gás durante a Primeira Guerra Mundial em 1915
Tropa francesa usa versão primitiva de máscaras contra gás durante a Batalha de Ypres em 1915
Em
1886, V. Meyer publicou um artigo descrevendo uma síntese que produziu
bons rendimentos. O gás mostarda foi conhecido por outros nomes,
incluindo H, HD, Sulfeto de Bis, Lost, Mustard Sulfur e Iperita. A
abreviação Lost vem dos nomes Lommel e Steinkopf, que desenvolveram um
processo para a produção em massa do gás na empresa alemã Bayer AG para
uso na guerra.
Alarme alemão usado para avisar as tropas em caso de ataque de gás em 1916
Soldados com mascaras de gases durante a primeira guerra mundial
O
gás mostarda acabaria sendo muito utilizado como arma química pelos
alemães a partir de 1916 quase no fim da Primeira Guerra Mundial e em
batalhas militares na Etiópia, no ano de 1936.
Os cavalos das tropas alemãs tiveram de ser protegidas dos gases com máscaras em 1918
Cavaleiro alemão usando máscara de gás em 1917
Atualmente
a utilização do gás mostarda está regulada pela Convenção de Armas
Químicas (em inglês: CWC Chemical Weapons Convention) como uma
substância de Classe 1, ou seja, sem outro uso a não ser Guerra química.
Oficial alemão aproveita cortina de gás para avançar com sua tropa em direção à trincheira inglesa
Equipado contra gases venenosos, soldado russo avança no campo de batalha em 1918
Mostarda de enxofre
Gás mostarda:
sulfeto de bis(2-cloroetil), H e HD (códigos militares), Iperita, Lost,
Mustard sulfur - Fórmula química C4H8Cl2 S - Nº CAS 505-60-2
Descrição e uso
Soldados israelenses treinam para uma eventual guerra química: mesmo proibidas, essas armas ainda existem em alguns países
A
mostarda de enxofre líquida é incolor e inodora quando pura, mas tem
cor marrom e cheira a alho/mostarda quando misturada a outras
substâncias. Tem vários sinônimos e os mais comuns são gás mostarda, H e
HD. O termo H refere-se a mostarda de enxofre não destilada ou bruta,
contendo grande fração de impurezas (20 a 30% de impurezas) e a HD é a
forma purificada ou destilada. O agente mostarda HT (Fórmula química
C8H16Cl2OS2 - Nº CAS 6392-89-8), frequentemente denominada mostarda de
enxofre, é uma mistura de 60% de HD e <40% do agente T
(bis[2-(2-cloroetiltioetil]éter), com contaminantes do enxofre e
impurezas. O gás mostarda foi usado na guerra, no tratamento de psoríase
e na quimioterapia, porém seu uso no tratamento de câncer não teve
sucesso devido a toxicidade.
Comportamento no ambiente
Ogivas de gás mostarda
As
mostardas de enxofre serão degradadas por reação com radicais de
hidroxila no ar, com meia-vida estimada em 50 horas Na água, a mostarda
de enxofre provavelmente não adsorvê sólidos em suspensão e sedimentos.
Sintomas e sinais de envenenamento
Vítima de gás mostarda
O
gás mostarda tem uma ação vesicante poderosa, isto é, forma na pele
vesículas ou bolhas com gravidade e causa dor intensa, o tratamento é
muito demorado. As queimaduras com o gás mostarda podem variar de
primeiro e segundo grau, podendo chegar a ser tão severas e
desfigurantes como as de terceiro grau. As queimaduras severas podem ser
fatais, ocorrendo à morte alguns dias ou até semanas após exposição.
Efeito do gás mostarda na pele
Efeito do gás mostarda na pele
Em
contato com os olhos causa dilaceração, prurido, queimadura, dependendo
da intensidade da exposição, pode provocar danos na córnea e dor
severa. A inalação do gás mostarda provoca espirros, epistaxe,
rouquidão, tosse seca, dispneia, se inalado em concentração elevada
causa sangramento e formação de vesículas também nas vias respiratórias
danificando a mucosa e causando edema pulmonar levando a pessoa a morte.
Efeito do gás mostarda na pele
Durante ou imediatamente á exposição perigosa do Gás Mostarda, os seguintes sintomas podem aparecer
- Tosse
- Sensação de queimação na garganta e nos olhos
- Olhos lacrimejantes
- Visão turva
- Dificuldade em respirar ou falta de ar
- Náuseas e vômitos
- O contato com a pele, pode resultar em lesões semelhantes às de congelamento ou queimaduras
Dentro
de 2 a 6 horas após a exposição a altas concentrações, uma pessoa pode
desenvolver fluido nos pulmões (edema pulmonar). A exposição pode causar
efeitos retardados que podem não ser aparente visíveis em até 48 horas
mesmo que a pessoa se sinta melhor ou parece bem após a remoção da
exposição. Portanto, as pessoas que foram expostas devem ser monitoradas
por 48 horas depois.
Os efeitos retardados que podem aparecer durante 48 horas incluem:
- Dificuldade em respirar
- Tosse com secreções brancas e rosadas (sinal de edema pulmonar)
- Pressão arterial baixa
- A insuficiência cardíaca
O Tratamento
Não
há um antídoto para a contaminação pelo gás mostarda. Nos casos de
exposição a essa substância, a melhor medida a ser tomada para amenizar
os efeitos tóxicos é remover o individuo do local contaminado, retirar
suas roupas, ensaca-las e isola-las, lavar a pessoa com bastante água e
sabão. O gás mostarda pode ser neutralizado ao reagir com cloro (Cl),
hipoclorito de sódio (NaOCl) e hipoclorito de cálcio [Ca(OCl)2],
produzindo compostos atóxicos.
Conclusão
Ogivas de gás mostarda
Esta
é mais uma arma mortal criada pelo homem para intimidar, destruir e
massacrar massas, até que ponto vai a tolerância dos homens com seu
semelhante, lembrando que essa e muitas outras armas estão escondidas
mas a qualquer momento podem vir a tona em uma futura guerra, Deus nos
salve dessa grande loucura.
Soldado
australiano examina um projétil químico em 1943: as armas químicas são
um fantasma do passado que ainda assombra a humanidade.
Fonte: InsanidadesHumanas
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