Cientistas que utilizam o Telescópio Espacial Hubble confirmaram que
a lua Ganímedes, na órbita de Júpiter, possui um oceano por baixo de
uma crosta superficial de gelo, elevando a probabilidade da presença de
vida, afirmou a Nasa nesta quinta-feira (12).
A descoberta
resolve um mistério relacionado à maior Lua do sistema solar após a nave
Galileo, já aposentada, ter fornecido pistas sobre a existência de um
oceano abaixo da superfície de Ganímedes enquanto cumpria uma missão
exploratória ao redor de Júpiter e de suas luas, entre 1995 e 2003.
Assim como a Terra, Ganímedes possui um núcleo de ferro fundido que
gera um campo magnético, embora o campo magnético de Ganímedes seja
amalgamado ao campo magnético de Júpiter. Isso dá origem a uma
interessante dinâmica visual, com a formação de duas faixas de auroras
brilhantes nos pólos norte e sul de Ganímedes.
O campo magnético
de Júpiter se altera com sua rotação, agitando as auroras de Ganímedes.
Cientistas mediram tais movimentos e descobriram que os efeitos visuais
se mostravam mais restritos do que deveriam.
Usando modelos
gerados por computador, eles chegaram à conclusão de que um oceano
salgado, capaz, portanto, de conduzir eletricidade, abaixo da superfície
da Lua se contrapunha à atração magnética de Júpiter.
"Júpiter é
como um farol cujo campo magnético muda conforme a rotação do farol.
Isso influencia a aurora", explicou o geofísico Joachim Saur, da
Universidade de Colônia, na Alemanha. "Com o oceano, a agitação fica
significativamente reduzida."
Os cientistas testaram mais de 100
modelos computadorizados para observar se qualquer outro elemento
poderia ter impacto sobre a aurora de Ganímedes. Eles também
reprocessaram sete horas de observações ultravioletas do Hubble e
analisaram dados sobre ambos os cinturões de aurora da Lua.
O diretor da Divisão de Ciência Planetária da Nasa, Jim Green, classificou a descoberta como "uma demonstração surpreendente".
"Eles desenvolveram uma nova abordagem para se observar a parte interna de um corpo planetário com um telescópio", disse Green.
Ganímedes se junta agora a uma crescente lista de luas localizadas nas
partes mais afastadas do sistema solar que possuem uma camada de água
abaixo da superfície.
Na quarta-feira (11), cientistas disseram
que outra Lua de Júpiter, a Encélado, possui correntes quentes de água
abaixo de sua superfície gélida. Entre outros corpos ricos em água estão
Europa e Callisto, também luas de Júpiter.
Fonte: UOL Via: ArquivosDoInsolito
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