Síndrome de Münchausen é um transtorno factício, ou seja, os indivíduos
fingem ou causam a si mesmo doenças ou traumas psicológicos para chamar
atenção ou simpatia a eles. Os sintomas podem ser induzidos por abuso de
medicamentos/drogas.
Pacientes com síndrome de Münchausen têm poucos contatos sociais
significativos com outras pessoas que não sejam profissionais de saúde.
Costumam mobilizar a equipe do hospital onde estão internados e exigir
um grande número de exames para excluir outros diagnósticos.
Algumas variações dessa síndrome foram observadas em alguns serial
killers, sobretudo assassinas mulheres que, na infância, sofreram de
algum tipo de rejeição, como provavelmente aconteceu com a serial killer
alemã Gesina Gottfried (clique aqui para conhecer ela). Muitas dessas assassinas envenenaram pessoas próximas com a intenção de obter algum tipo de atenção.
O nome deriva de Barão de Münchausen (Karl Friedrich Hieronymus Freiherr
von Münchausen, 1720-1797), a quem é atribuída uma série de contos
fantásticos.
Em 1950, o Dr. Richard Asher (o pai de Jane Asher e Peter Asher) foi o
primeiro em descrever um padrão de auto-dano onde os indivíduos
fabricavam histórias, sinais, e sintomas de doença. Lembrando o Barão de
Münchausen, Asher nomeou esta condição comoSíndrome de Münchausen.
Originalmente, este termo era usado para desordens fictícias. Porém,
agora é considerada que é um grupo extenso de desordens fictícias, e a
diagnose de Síndrome de Münchausen é reservada para a forma mais severa
onde a simulação de doença é a atividade central da vida da pessoa
afetada. É interessante observar que, por mais que guarde uma semelhança
externa com a hipocondria, ambas as desordens não se cruzam.
Sintomas
A Síndrome de Münchhausen é uma doença psiquiátrica em que o paciente,
de forma compulsiva, deliberada e contínua, causa, provoca ou simula
sintomas de doenças, sem que haja uma vantagem óbvia para tal atitude
que não seja a de obter cuidados médicos e de enfermagem.
Na Síndrome de Münchausen, a pessoa afetada exagera ou cria sintomas
nela mesma para ganhar atenção, tratamento e simpatia. Em alguns casos
extremos, pessoas com esta síndrome estuda a fundo alguma doença para
conseguir produzir os sintomas com maior precisão. Por exemplo, pode
injetar na veia um material infectado, causando uma infecção. O portador
dessa síndrome difere do hipocondríaco, pois esse realmente acredita
que está doente.
Alguns dos possíveis sintomas da síndrome de Munchausen são:
- Sintomas se encaixam perfeitamente na descrição clássica da doença relatada, mas a resposta aos tratamentos é instável e ineficiente;
- Ânsia de se submeter a diferentes exames e procedimentos;
- Histórico médico e pessoal incoerente;
- Consultar diferentes médicos e diferentes hospitais, algumas vezes de várias áreas;
- Profundo conhecimento da doença e dos procedimentos hospitalares;
- Recusa em deixar os médicos conversarem com familiares ou amigos.
- Transtornos psicológicos, especialmente os relacionados a carência afetiva, teatralidade e insegurança.
Síndrome de Münchhausen por procuração
A Síndrome de Münchausen por procuração ocorre quando um parente, quase
sempre a mãe (85 a 95%), de forma persistentemente ou intermitentemente
produz (fabrica, simula, inventa), de forma intencional, sintomas em seu
filho, fazendo que este seja considerado doente, ou provocando
ativamente a doença, colocando-o em risco e numa situação que requeira
investigação e tratamento.
Às vezes existe por parte da mãe o objetivo de obter alguma vantagem
para ela, por exemplo, conseguir atenção do marido para ela ou se
afastar de uma casa conturbada pela violência.
Nas formas clássicas, entretanto, a atitude de simular/produzir a doença
não tem nenhum objetivo lógico, parecendo ser uma necessidade
intrínseca ou compulsiva de assumir o papel de doente ou da pessoa que
cuida de um doente. O comportamento é considerado como compulsivo, no
sentido de que a pessoa é incapaz de abster-se desse comportamento mesmo
quando conhecedora ou advertida de seus riscos. Apesar de compulsivos,
os atos são voluntários, conscientes, intencionais e premeditados. O
comportamento que é voluntário seria utilizado para se conseguir um
objetivo que é involuntário e compulsivo. A doença é considerada uma
grave perturbação da personalidade, de tratamento difícil e prognóstico
reservado. Estes atos são descritos nos tratados de psiquiatria como
distúrbios factícios.
Induzir a Síndrome de Münchausen no filho é uma forma de abuso infantil.
Além da forma clássica em que uma ou mais doenças são simuladas,
existem duas outras formas de Munchausen: as formas toxicológicas e as
por asfixia em que o filho é repetidamente intoxicado com alguma
substância (medicamentos, plantas etc) ou asfixiado até quase a morte.
Frequentemente, quando o caso é diagnosticado ou suspeitado, descobre-se
que havia uma história com anos de evolução e os eventos, apesar de
grosseiros, não foram considerados quanto à possibilidade de abuso
infantil. Quando existem outros filhos, em 42% dos casos um outro filho
também já sofreu o abuso. É importante não confundir simulação (como a
doença simulada para se obter afastamento do trabalho, aposentar-se por
invalidez, receber um seguro ou não se engajar no serviço militar).
Alguns adolescentes apresentam quadro de Munchausen by self muito
similares aos apresentados por adultos. A doença pode ser considerada
uma forma de abuso infantil e pode haver superposição com outras formas
de abuso infantil. À medida que a criança se torna maior há uma
tendência de que ela passe a participar da fraude e a partir da
adolescência se tornarem portadores da Síndrome de Münchhausen clássica
típica em que os sintomas são inventados, simulados ou produzidos nela
mesma. Ao contrário do abuso e violência clássica contra crianças as
mães portadoras da síndrome de Münchausen by proxy não são violentas nem
negligentes com os filhos. O problema, descrito a primeira vez por
Meadow em 1977, é pouco conhecido pelos médicos e sua abordagem é
complexa e deve envolver o médico e enfermagem, especialistas na doença
simulada, psiquiatras/psicólogos, assistentes sociais e, mais tarde,
advogado e diretor clínico do hospital e profissionais de proteção da
criança agredida (Conselhos Tutelares e juízes da infância).
Fonte: Wikipédia Via: Noite Sinistra
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