Um novo projeto da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, pretende investigar as causas da popularidade da religião e os mecanismos da crença religiosa.
Inaugurado em fevereiro, o Cognition, Religion, and Theology Project (Projeto de Cognição, Religião e Teologia), quer identificar os fatores cognitivos que contribuem para a tendência generalizada que as pessoas têm de acreditar em Deus ou deuses.
Em entrevista à BBC Brasil, Justin Barrett, um diretores do projeto, afirmou que a pesquisa a ser desenvolvida pelo grupo será interdisciplinar, ou seja, contará com pesquisadores de áreas distintas como a antropologia, filosofia, teologia, entre outras.
"Além disso, pretendemos trabalhar com crenças religiosas de todo o tipo, em uma perspectiva cultural diversa - queremos investigar os mecanismos da crença em fantasmas, fenômenos sobrenaturais, etc.", disse Barrett.
O cientista ressaltou que, apesar de a crença religiosa ser tão difundida, a razão pela qual as pessoas possuem essas crenças ainda é pouco conhecida do ponto de vista científico e, principalmente, cognitivo.
"Se fala muito em o que é bom ou ruim, se a religião faz bem ou não, mas a realidade é que, da perspectiva científica, ainda há muito a ser estudado e poucas pesquisas. Portanto, qualquer afirmação sobre isso seria prematuro", disse Barrett.
O pesquisador explica que muitas das crenças estão relacionadas com as características da mente humana.
De acordo com ele, em condições de desenvolvimento normal, a mente tem receptividade para crenças em deuses, a vida após a morte, e outras idéias comumente relacionadas à religião.
"A religiosidade é o estado natural. A falta de crença é relativamente não-natural e pouco comum", disse o pesquisador.
"Se os cientistas conseguirem explicar porque as pessoas tendem a acreditar em deuses e porque outras acreditam que não há deuses, certamente a presença de uma explicação científica não irá significar que você não deve acreditar em uma coisa ou outra, mas oferecerá possibilidades de explicação."
O novo projeto está vinculado ao Instituto de Antropologia Cognitiva e Evolutiva da Universidade de Oxford, na Inglaterra.
O projeto será desenvolvido em três anos e foi financiado pela Fundação John Templeton.
Fonte: G1
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