O telescópio espacial Hubble, da Nasa (agência espacial americana), testemunhou um verdadeiro show de luzes vindo de um buraco negro no centro de uma galáxia.
A explosão de luz veio de uma bolha de matéria chamada HST-1, embutida em um jato de matéria, um poderoso e estreito raio de gás quente produzido por um buraco negro que fica no centro de uma galáxia elíptica e gigantesca, a M87.
O HST-1 é tão brilhante que está ofuscando até o centro brilhante da galáxia M87, cujo buraco negro é um dos maiores já descobertos.
A massa de gás brilhante tem dado um espetáculo para astrônomos. Os cientistas observaram o brilho estável do HST-1 por vários anos, até que ele se apagasse. E então o HST-1 se reacendeu e agora os astrônomos afirmam que é difícil prever o que vai acontecer.
O telescópio Hubble está observando esta atividade nos últimos sete anos, fornecendo imagens detalhadas dos eventos. O telescópio dá aos astrônomos uma visão única, próxima do ultravioleta do jato de luz que os telescópios na Terra não conseguem alcançar.
"A visão precisa do Hubble permite definir o HST-1 e separar do buraco negro", afirmou o o astrônomo Juan Madrid, da Universidade McMaster, em Hamilton, no Canadá.
Madrid reuniu sete anos de imagens de arquivo do jato de luz, capturadas pelo Hubble, incluindo as mudanças no comportando do HST-1 durante o tempo.
O jato de luz pode fornecer dados sobre a variação de jatos em buracos negros de galáxias distantes, que são difíceis de estudar por estarem tão longe da Terra.
A galáxia M87, por exemplo, está a 54 milhões de anos-luz da Terra, no Grupo de Virgem, uma região próxima no universo, com a maior densidade de galáxias.
"Não esperava que o jato na M87, ou que qualquer outro jato em um buraco negro, aumentasse o brilho da maneira que este jato faz", disse Madrid.
"Ficou 90 vezes mais brilhante que o normal. A questão é: isto ocorre com todos os jatos ou núcleos ativos, ou estamos observando um comportamento incomum da (galáxia) M87?", questionou o astrônomo.
Razões para o brilho
Apesar das muitas observações feitas pelo Hubble e outros telescópios, os astrônomos não tem certeza da causa do brilho.
Uma das explicações mais simples é que o jato atingiu uma linha de poeira ou nuvem de gás e então está brilhando devido à colisão.
Outra possibilidade é que as linhas do campo magnético do jato estão espremidas, juntas, o que libera uma grande quantidade de energia.
Este fenômeno é semelhante à maneira como se desenvolvem as explosões solares e é até um mecanismo de criação das auroras na Terra.
Agora, o astrônomo Juan Madrid espera que as observações futuras do HST-1 revelem a causa da atividade misteriosa.
"Esperamos que as observações nos forneçam algumas teorias com boas explicações sobre os mecanismos que estão causando os jatos de luz", afirmou.
"Os astrônomos querem saber se esta é uma instabilidade intrínseca ao jato quando abre caminho para fora da galáxia ou se pode ser outra coisa", acrescentou.
Fonte: BBC Brasil
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