Quando o assunto é canibalismo, não adianta: uma mistura de repulsa e curiosidade nos cerca. Repulsa, lógico, pelo fato de que um ser humano é capaz de se alimentar de outro; curiosidade porque, por mais obscuro que o assunto seja, é interessante parar e pensar a respeito dos inúmeros motivos que levam à essa prática. Os mais óbvios têm relação cultural e psicológica, mas talvez não seja só isso.
Se você já assistiu ao filme “O Massacre da Serra Elétrica” sabe que não só ele é um filme de terror como é um dos filmes de terror mais famosos e assustadores de todos os tempos. O enredo trata basicamente de um assassino que aterroriza uma cidade e mantém os corpos de suas vítimas escondidos. Como se não bastasse, o matador, conhecido também como Leatherface, é praticante do canibalismo.
Durante muitos anos um boato a respeito de o filme ser baseado em uma história real atormentou os expectadores, principalmente os da região do Texas, onde a história se passa. Ainda há quem acredite que o roteiro tenha sido feito com base na bizarra história de Sawney Bean. Você já ouviu falar desse cara?
Fome de quê?
A fábula a respeito desse canibal sanguinário inspirou, de fato, a criação de muitas produções literárias e cinematográficas. O diretor do filme “The Hills Have Eyes”, de 2006, disse que a história de Bean foi sua fonte primária de criação na hora de produzir o roteiro. O problema é que é difícil saber se Bean realmente existiu ou se tudo não passa de uma lenda urbana que se estendeu no decorrer dos anos e acabou ficando mundialmente conhecida.
O historiador escocês Dr. Louise Yeoman disse, em declaração publicada no site da BBC, que o caso parece o roteiro de um filme de terror e que, inclusive, pode ter sido inventado com uma finalidade semelhante: vender livros. Ele chama a atenção também para o fato de que a história foi vendida não na Escócia, mas na Inglaterra justamente na época em que o país de Harry Potter tinha vários preconceitos com relação à região do famoso Lago Ness.
Treta
O primeiro nome do canibal, Sawney, era o mesmo nome usado para um personagem escocês bárbaro. Personagem esse criado por ingleses, é claro. Pensar em uma pessoa escocesa com aspecto monstruoso, que comia outras pessoas e vivia em uma caverna era, na verdade, típico da cultura inglesa de então.
A história
A família Bean era formada por assassinos canibais que viviam da captura de viajantes que, depois de serem roubados, eram mortos e viraram comida. As carcaças das vítimas ficavam guardadas dentro da caverna. Teoricamente, quando descoberto, o clã foi denunciado aos magistrados de Glasgow, que passaram o caso ao rei James.
Do mito ao turismo
A verdade é que quando a vida de James estava realmente em perigo, ele fazia questão de alertar a todos sobre isso. “Se James tivesse conduzido uma expedição com sucesso para encarar um grupo bem armado de canibais sanguinários, nós nunca saberíamos o fim disso”, disse o pesquisador.
A história é intrigante e, por ser um conto antigo, pode ser conhecida com base em diferentes versões. Em Edinburgo há até mesmo algumas atrações turísticas destinadas a contar a história desses temidos canibais. Uma delas garante que o visitante entre em um barco e saiba como teria sido uma expedição comandada pelo rei James com o objetivo de capturar os canibais.
E aí, você já conhecia essa história? Se souber de alguma versão diferente, conte para a gente nos comentários!
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