O Diabo andou em Devon - ††† Universo Sobrenatural †††

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terça-feira, 23 de junho de 2015

O Diabo andou em Devon

Imagine...

Você acorda daquela noite em que o sono é ótimo e sua cama parece ser o melhor lugar do mundo, sua casa é quente mas lá fora não. Nevou por toda a noite. A neve é interessante e você está muito curioso para ver o que a natureza fez em seu jardim naquela noite. Ao abrir as cortinas você estranha ao ver seus vizinhos andando assustados cassando algo na neve em seus jardins. Acaba achando aquilo cômico e sorri. Então ao olhar para o seu ninho de tulipas e percebe algo estranho. Existe algo a mais em seu jardim. Algo marcado na neve. São pegadas, mas não de um homem ou qualquer animal, são diferentes, são assustadoras


A manchete do jornal "The Times" do dia seguinte (exatamente 16 de fevereiro de 1855) descreveria perfeitamente o sombrio fato que ocorrera naquela inesquecível noite... "O Diabo andou em Devon".

Parece impossível, não é mesmo?

Na noite anterior (uma quinta-feira) uma grande nevasca invadiu a região de Exeter no sul de Devon na Inglaterra. O frio fora intenso e a manhã fora a o momento dos cidadãos verem os estragos que a nevasca causara. Boas noticias, ninguém esperava, mas o que viram deixou todo os moradores duplamente pasmados.

Em todos os jardins haviam pegadas, mas não pegadas humanas,aquilo era diferente, era uma pegada desconhecida. Eram pegadas em formas de ferradura, entretanto não poderiam ser de um animal quadrupede, com certeza era de um bípede; fato claramente notado pelos espaçamentos das passadas. 



O fato mais estranho era que as pegadas além de se estenderem por quase todos os jardins da região, ainda podiam serem vistas claramente em cima dos muros, das alçadas, das casas e até grandes edificações.

É como se aquilo que deixou as pegadas possuísse o poder da onipresença ou ubiquidade, ele esteve em centenas de lugares em uma única noite. Andou espreitando as portas das residências, vigiando janelas, quartos de crianças, brincando entre os telhados e galopando nas ruas da cidade como um louco viajante. Digo isso porquê os rastros iam e vinham. Ou seja, o que quer que tenha andado em Devon naquela noite; andou em todas as direções, em todos os sentidos numa velocidade até hoje incalculável.

Não tardou para a notícia se espalhar e o caos tomar conta da população. HAVIA UM DEMÔNIO ANDANDO EM DEVON (e havia mesmo) e agora estavam todos em perigo. Então, não tardou para guarda imperial entrar em ação para defender o povo da rainha.

Muitas famílias se trancavam em casa, poucos saíam durante a noite o caos estava instalado na região dos condados de Exter no sul de Devon. Muitos colocavam em suas casas amuletos "Sheelas" para se protegerem dos maus espíritos que infernizavam a região e a polícia andava a todo vapor tentando a todo custo destruir a criatura, e claro, caso não conseguissem, poderiam ao menos apagar os boatos.



Sheelas


Muitos moradores afirmavam que aquilo era o fim do mundo e muitos temiam principalmente por suas crianças, pois muitas das pegadas foram encontradas frente as janelas dos quartos de crianças. 
As pegadas não cessaram em uma só noite e muitas famílias acreditavam que se elas aparecessem em seus quintais provavelmente alguém de sua família iria morrer, ou talvez alguém ali havia feito algum pacto com o demônio. Parece difícil de acreditar, mas houve alguns assassinatos na época por esse motivo.
Então surgiram as aparições documentadas; vejam essas:
Foram muitos os avistamentos na região de uma criatura com grandes chifres, rabo e patas de bode que corria numa velocidade incrível.
Na região de Dawlish um grupo de renomados cidadãos avistaram um criatura demoníaca que corria e saltava gargalhando velozmente em todas as direções e só não foram atacados pois se ajoelharam e oraram pedindo proteção.
Lembram que eu falei da guarda? vejam o que aconteceu. 
Três soldados em um vilarejo próximo a Devon juram ter perseguido a cavalo uma criatura extremamente veloz e demoníaca que exalava a enxofre e gargalhava infindamente. Os soldados juram ter disparados contra a criatura, disseram que a chance de ter errado os disparos era quase minima. E foi aí que a coisa ficou séria. A criatura, como se quisesse demonstrar que não havia morrido, gargalhava nos ouvidos do soldados de forma infernal, contudo não podia mais ser vista e os três homens fugiram.
Após tanto rumor um conceituado reverendo da região chamado H. T. Ellacombe resolveu analisar o caso (que achava ser somente uma brincadeira de mal gosto) e resolveu realizar uma investigação minuciosa sobre o caso. Essa investigação ficou conhecida como "A primeira investigação paranormal criteriosa realizada pelo homem" e foi publicada pela renomada revista Illustrated London News, no dia 3 de abril de 1855.
Ellacombe entrevistou muitas pessoas, recolheu depoimentos, colheu as medidas das pegadas e fez até réplicas em gesso delas. Foi um trabalho exaustivo que resultou em um processo com mais de 500 páginas e suas últimas palavras ao entregar o relatório ao conselho da Diocese de Devon foram.




"O trabalho foi realizado de forma imparcial e não existe a possibilidade de explicar os fatos ocorridos em Devon de uma forma racional"

Vamos ver o porquê. Essas são as principais análises do reverendo.
1- Se as pegadas foram deixadas por um animal terrestre qualquer (incluindo aqui os pássaros), o elemento mais difícil de explicar é a sua colocação fantástica: "O misterioso visitante passou de modo geral apenas uma vez em cada local e o fez em quase todas as casas de numerosas partes das diferentes cidades, assim como em fazendas isoladas. Essa pista regular, percorre em certos casos áreas de difícil acesso como os telhados das casas ou por sobre os palheiros, ou pelo alto de muros muito altos (um com cerca de 4 metros e meio de altura), sem deslocar a neve nem de um lado nem do outro e sem modificar as distâncias entre as pegadas. Os jardins cercados de sebes altas ou de muros e com portas fechadas foram visitados, assim como aqueles que não tinha obstáculos nem eram fechados. Muitos donos dessas propriedades juraram que haviam trancado portas que conduziam aos seus pátios internos eque encontraram os mesmos devidamente trancados e sem sinal de terem sido arrombados ou abertos.
2- O mesmo fato foi observado de um lado e de outro de um muro. Dois outros habitantes seguiram uma linha de pegadas durante três horas e meia, passando sob um bosque de groselheiras e de árvores frutíferas em renques; perdendo em seguida o rastro e reencontrando-o sobre o teto de casas nas quais sua busca havia começado.



3-As pegadas atravessavam um estuário de quase 3 quilômetros de largura, desaparecendo em uma margem e ressurgindo na margem oposta de forma absolutamente visível, indicando que seja o que for que tenha deixado as marcas entrou em um lado do estuário e ressurgiu do outro sem interromper sua marcha. Não há dados que corroborem a informação de que o estuário estaria congelado na ocasião o que possibilitaria a travessia. De qualquer forma, as marcas deixadas nas margens pareciam indicar que a criatura entrava nas águas gélidas até que ela apagasse suas trilhas.

4- "De nada serve atribuir a mais de um animal estes rastros, porque isto não explica como, qualquer que seja o animal e, qualquer que seja seu número, seja ele capaz de escalar muros, andar sobre telhados e obstáculos sem reconhecer impedimentos físicos; e, também, ter capacidade de passar por pequenas vielas de 30 cm de largura. É igualmente digno de nota que os rastros não pareciam voltar para trás e nem circular aleatoriamente. Um animal, seja qual for, deveria apresentar hesitação, vacilando em alguns pontos mesmo que fosse conduzido. Ademais, ninguém entrevistado nos vilarejos declarou ter visto alguém conduzindo um animal com cascos por esse caminho. A noite em que os rastros surgiram foi quase congelante, marcada por neve contínua.

5- Muitas pessoas que se interessaram pelo caso propuseram como solução para o mistério residia em algum fenômeno natural da atmosfera incidindo sobre as marcas – que seriam rastros não tão fantásticos que, devido ao clima, teriam mudado e ficado com aquela aparência. Mas como seria possível que a atmosfera afetasse uma marca e não outras? Na manhã em que os rastros foram observados, a neve apresentava pegadas frescas de cães e gatos, coelhos, pássaros e homens, nitidamente definidas. Por que então um rastro ainda mais nitidamente definido – tão nitidamente que a fenda do meio de cada casco podia ser discernida – somente ele, teria sido afetado pela atmosfera e todas as outras marcas deixadas não o foram?


Você já experimentou olhar para sua janela. Talvez tenha alguém te observando. Pensou?


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