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domingo, 3 de maio de 2009

A surpreendente inteligência dos polvos


Cefalópodes são um grupo de elite de moluscos escorregadios, com cérebros notavelmente desenvolvidos ─ ao menos para os padrões de animais invertebrados.

Polvos também têm personalidade forte, garante Jennifer Mather, especialista em psicologia comparada da University of Lethbridge, em Alberta, Canada.

Mather estuda o comportamento de polvos há 35 anos tentando entender melhor a evolução da inteligência. Utilizamos o mesmo método que aplicado para estudar especificidades da personalidade humana.

Perguntamos simplesmente o que os animais fazem normalmente durante o dia em diferentes situações e observamos as respostas.



Colocamos os polvos em três situações comuns: alerta (abrindo a parte superior do tanque), ameaça (tocando o animal com o cabo de uma escova longa) e alimentação (oferecendo um caranguejo como refeição).

Esse período foi um pouco demorado porque analisamos 33 animais, cada um durante duas semanas. Verificamos que há três dimensões que batizamos: ação, reação e cautela.

A ação avalia atividade e passividade, a reação indica o estado de calma ou agressividade e a cautela revela o grau de timidez dos animais. Os polvos podem apresentar qualquer combinação dessas características.

O sistema nervoso dos moluscos é formado por um conjunto de gânglios emparelhados ─ um aglomerado de células nervosas ─, que em animais como o marisco ou a lesma não são muito desenvolvidos.



Esses gânglios controlam diferentes funções e se localizam em diferentes áreas do corpo. Os cefalópodes ─ polvos, lulas e sépias ─ são os únicos nos quais todos os gânglios estão condensados, de modo a formar um cérebro centralizador.

Uma outra característica única dos moluscos é que, neles, duas áreas do cérebro se especializaram no armazenamento de memórias.

Não é só o fato de terem cérebro maior e condensado, mas eles se destacam também por ter áreas no cérebro dedicadas à aprendizagem.

E é nesse aspecto que se assemelham aos humanos, mas com um cérebro completamente diferente.


Para os padrões de invertebrados é um cérebro enorme, mas do ponto de vista dos vertebrados, é muito pequeno. O que chama a atenção nos polvos é que cerca de um terço dos neurônios estão no cérebro.

Eles têm uma representação neural muito grande nos tentáculos e há um gânglio específico para controlar cada ventosa, portanto há bastante controle local.

Nós humanos, nos orgulhamos de ter uma pinça de preensão muito eficiente ─ o polegar e o indicador ─ e sabemos que eles são responsáveis pela habilidade de manipular o que nos cerca com facilidade.

Os polvos podem dobrar as ventosas e criar um sistema preênsil eficiente e fazem isso com cada uma das centenas de ventosas distribuídas pelos tentáculos.


Os polvos desenvolveram cérebros muito grandes provavelmente porque os recifes de coral tropicais formam o ecossistema mais complexo do mundo.

Há uma variedade tão grande de situações, de tipos de presas, de predadores que, na ausência de uma carapaça, é melhor ser esperto.

Os polvos seguiram a rota da esperteza. Estamos acostumados à inteligência dos mamíferos que se desenvolveu em função de problemas sociais, mas no caso do polvo, um ser solitário, a inteligência se desenvolveu para resolver problemas ecológicos.


Os polvos costumam provocar sérios problemas em aquários. Eles são muito fortes e é praticamente impossível mantê-los em tanques.

Um dos primeiros pesquisadores comenta que um termômetro flutuando no tanque, não durava nem cinco minutos.

Os polvos simplesmente levam as coisas embora e as escondem. Um pesquisador relata ter construido um robô submarino que ficava se movimentando em um grande tanque. O polvo se “comunicou” com ele e o desmontou peça por peça.




Certa manhã, de acordo com o Los Angeles Times, os funcionários do Santa Monica Pier Aquarium, na California, foram surpreendidos com 750 litros de água espalhados pelo piso ecologicamente construído.

Acontece que um curioso polvo de duas pintas tinha desmontado a válvula de reciclagem de água e o cano,dirigido para fora do tanque, fez a água escoar durante 10 horas.


Há uma história famosa que circula há 100 anos no aquário de Brighton, Inglaterra: uma vez, um polvo saiu do tanque à noite, quando ninguém estava observando, foi até o tanque vizinho, comeu um peixe-lua (Cyclopterus lumpus) e voltou para o tanque.

Na manhã seguinte lá estava ele tranqüilo. Desapareceram vários peixes-lua do aquário, até descobrirem quem era o responsável por isso.



Fonte: Scientific American Brasil
aquivosdoinsolito.blogspot.com

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