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terça-feira, 28 de julho de 2009

Seres humanos podem aprender a "ver" pelo som, afirma estudo

Golfinhos também são conhecidos por utilizar técnicas de localização por eco


Com apenas um estalido da língua, qualquer pessoa poderia aprender a ver usando sua audição, de acordo com um novo estudo sobre as possibilidades de uso humano de processos de localização por eco.

Diversos animais, a exemplo de morcegos, golfinhos, baleias e musaranhos, são usuários conhecidas de técnicas de localização por eco - ou seja, emitem ondas sonoras que esbarram em objetos e retornam a eles, permitindo que sintam os objetos posicionados ao seu redor.

Inspirada pelo exemplo de um homem cego que também consegue se orientar no movimento por meio de ondas sonoras, uma equipe de cientistas espanhois encontrou provas que sugerem que a maioria dos seres humanos poderia aprender a utilizar recursos de localização por eco.

A equipe de pesquisadores confirmou, além disso, que o chamado clique de palato - um estalido ruidoso produzido quando a ponta da língua é rebaixada para encontrar o piso da boca - representa o mais efetivo ruído que uma pessoa poderia empregar para essa finalidade.


Treinamento para uso de som


Daniel Kish, diretor executivo da World Access for the Blind acesso mundial para os cegos, uma organização sediada em Huntington Beach, Califórnia, que trabalha para melhorar a situação dos deficientes visuais, nasceu cego.

Mas ele desenvolveu sozinho, começando quando ainda pequeno, um método que permite que "veja" utilizando cliques de palato.

Com o uso de seu método, Kish consegue realizar caminhadas na natureza, praticar mountain biking e jogar diversos esportes que utilizam bolas, e tudo isso sem recorrer aos mecanismos tradicionais de assistência aos cegos.

Para compreender melhor a capacidade que Kish desenvolveu, Juan Antonio Martinez e seus colegas da Universidade de Alcalá, em Madri, decidiram utilizar o método desenvolvido pelo americano para treinar 10 universitários sem problemas visuais, ensinando-os a se orientar com o uso da localização por eco.

"Foi muito difícil persuadir algumas das pessoas que convidamos a tomar parte da experiência proposta, porque a maioria dos (nossos) colegas acreditava que a ideia que estávamos testando era absurda", afirmou Martinez.

Os universitários foram instruídos a fechar os olhos e a produzir sons, até que aprendessem a distinguir se existiam objetos em torno deles.

Depois de apenas alguns dias de treinamento, todos os participantes haviam conseguido desenvolver pelo menos um domínio básico das técnicas de localização por eco, reportaram os cientistas em estudo publicado na edição de março/abril da revista Acta Acustica.

A equipe de pesquisadores em seguida gravou os universitários enquanto eles produziam três sons diferentes: um ruído de "tch", gerado pela língua; um ruído de "tch" gerado pelos lábios; e o clique de palato.

Depois de estudar a forma das ondas sonoras geradas por cada um desses ruídos, Martinez e seus colegas constataram que o clique de palato é o som que oferece o retorno mais detalhado quanto ao panorama que cerca o seu emissor.


Parcialidade que privilegia a visão


Nos animais que utilizam regularmente as técnicas de localização por eco, essa capacidade é muitas vezes um recurso essencial à sobrevivência, e eles dispõem de órgãos especialmente adaptados para executar essa tarefa, afirma Martinez.

No caso dos golfinhos, por exemplo, eles dispõem de estruturas especiais que fazem parte de seus narizes e têm a capacidade de emitir cerca de 200 cliques por segundo. Os seres humanos são capazes de produzir um máximo de três ou quatro cliques por segundo.

"É um método que parece consideravelmente difícil, e talvez ainda mais difícil para as pessoas que disponham de capacidade visual, porque os seres humanos são animais visuais e assim não tendem a utilizar de forma alguma a capacidade de localização por som, o que faz com que seja preciso além de tudo superar essa parcialidade que privilegia a visão ante os demais sentidos", disse Peter Scheifele, estudioso de acústica biológica na Universidade do Connecticut, que não esteve envolvido no estudo espanhol.

Uma pessoa comum é capaz de desenvolver capacidades razoáveis de localização por eco em prazo de cerca de um mês, caso se disponha a treinar uma ou duas horas por dia.

Já as pessoas que sofram de deficiências visuais têm a possibilidade de aprender a técnica ainda mais rápido, de acordo com Martinez.

Além de facilitar o deslocamento dos deficientes visuais, a localização por eco também poderia ajudar equipes de resgate a localizar pessoas em situações de neblina intensa ou bombeiros a localizar com mais rapidez os pontos de saída, em edifícios tomados pela fumaça de um incêndio.

Os pesquisadores apontam que os dispositivos artificiais que podem ser utilizados para localização por eco, por exemplo, uma pulseira equipada com um apito periódico, ainda não são capazes de oferecer desempenho superior ao de um simples estalido com a língua.

"Aparelhos como esses oferecem um desempenho pior em termos de localização por eco, no momento", afirmou Martinez, "porque eles não reproduzem totalmente a percepção háptica (táctil) dos ecos".


Fonte: Terra / arquivosdoinsolito

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