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sábado, 15 de agosto de 2009

Cientistas estudam maneiras artificiais de resfriar a Terra


O presidente Barack Obama e os demais líderes do Grupo dos 8 (G8) decretaram na semana passada que a temperatura média do planeta não deve subir em mais de 1°C ante a média atual.

Mas e se a Mãe Natureza não tiver recebido a mensagem? Como escapar ao calor, no futuro?

Duas opções. Plano A: continuar discutindo a questão do clima. Essa vem sendo a abordagem preferida na Europa Ocidental, pelas duas últimas décadas.

Os líderes da região gostam de prometer um ao outro que manterão a temperatura mundial sob controle por meio do reduções drásticas nas emissões de carbono.

Mais tarde, quando as emissões sobem do mesmo jeito, eles se reúnem para fazer novas promessas e declarar que, dessa vez, estão realmente falando sério.

Plano B: fazer alguma coisa quanto ao clima. Originalmente conhecida como geoengenharia, essa abordagem costumava ser descartada como fantasia digna da ficção científica: refrigerar o planeta por meio de partículas que bloqueiem o sol ou cortinas; alterar a composição das nuvens de forma a torná-las mais reflexivas; remover vastas quantidades de carbono da atmosfera.

Hoje essa abordagem é conhecida pelo nome de "engenharia climática", um nome bem menos grandioso, e algumas de suas propostas começam a parecer praticáveis.

Diversas revisões recentes sobre essas ideias concluíram que refrigerar o planeta poderia ser viável em termos técnicos e ter custo acessível em termos econômicos.

Muita gente continua cética, mas até mesmo essas pessoas vêm apelando por mais pesquisas quanto às possibilidades da engenharia climática.

Os céticos compreensivelmente temem as consequências inesperadas que a manipulação do termostato do planeta poderia acarretar, mas temem igualmente a possibilidade - que eu definiria como quase certeza - de que os líderes políticos nada façam por reduzir as emissões mundiais de carbono.

A Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e a Royal Society britânica estão preparando relatórios sobre engenharia climática, e o governo Obama prometeu levar a alternativa em conta.

Mas até o momento o apoio governamental a pesquisa e desenvolvimento foi nulo - certamente muito inferior às dezenas de bilhões de dólares concedidos para os programas ecológicos de energia e outras ideias cujos efeitos sobre o clima demorariam décadas a se fazer sentir.

Com verbas da ordem de talvez US$ 100 milhões, os engenheiros climáticos poderiam começar a testar suas ideias dentro de cinco anos, diz Ken Caldeira, da Carnegie Institution for Science.

Caldeira é membros do grupo de estudos sobre engenharia climática que se reuniu no ano passado no Instituto Kavli de Física Teórica, sob a liderança de Steven Koonin, que hoje é subsecretário de ciência no Departamento de Energia dos Estados Unidos.

O grupo acaba de lançar um relatório no qual analisa o uso de partículas de aerossol para refletir de volta ao espaço a radiação solar de ondas curtas.

As partículas poderiam ser lançadas à estratosfera a fim de reproduzir os efeitos do aerossol que resulta de eventos como a erupção vulcânica do Monte Pinatubo, em 1991, que resultou em uma queda mundial de temperatura da ordem de meio grau.

Da mesma forma que as consequências da erupção, os efeitos do projeto desapareceriam com a queda das partículas de volta à Terra.

Manter o planeta constantemente refrigerado (ao menos até que as emissões se reduzissem) poderia custar US$ 30 bilhões ao ano, caso as partículas sejam disparadas por unidades militares de artilharia, ou US$ 8 bilhões ao ano se forem dispersadas na atmosfera por aviões, de acordo com o relatório.

A ideia de até mesmo testar um sistema como essa assusta as pessoas, e alguns cientistas argumentam que as pesquisas de engenharia climática deveriam se realizar apenas no campo teórico.

Mas Caldeira diz que testes em pequena escala - talvez uma experiência projetada para produzir um ligeiro resfriamento no Ártico - seriam mais seguras do que a inação.

"O pior cenário", ele diz, "seria aquele em que você tem um sistema não testado que seria necessário acionar rapidamente, e em larga escala, em um esforço desesperado para evitar alguma forma de crise climática.

Seria muito melhor começar a testar em breve, em pequena escala, e observar o que acontece quando o sistema é acionado". Quanto mais cedo começarmos, ele calcula, mais delicadamente poderíamos proceder.

"Devido à variabilidade natural do tempo e do clima, quanto menor a experiência, por mais tempo ela precisa ser observada de modo que o sinal se torne mais perceptível que o ruído", declarou Caldeira. "Se o período de teste for curto, seria necessário bater no sistema com um martelo".

Alguns cientistas afirmam que é impossível calcular o custo/benefício dessas propostas de engenharia porque as consequências adversas são desconhecidas e potencialmente grandes.

Nenhum político desejaria interferir diretamente com o clima e levar a culpa pela próxima seca ou furacão.

Mas caso o clima esquente muito pode haver forte pressão política por ação rápida. E a engenharia climática não requer ação unânime ou aplicação rigorosa em todo o mundo.

Em lugar de dependermos das promessas dos políticos, seria mais fácil para nós lidar diretamente com o ar quente da Mãe Terra.


Fonte: Terra/arquivosdoinsolito

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