É possível obter a sensação extracorpórea quando se está no limiar
entre a vida e a morte? O túnel relatado por muitos é de fato real?
Qual
o perfil das pessoas que passaram por essa experiência? Pode acontecer
com qualquer um?
A “EQM” é considerada um efeito místico ou paranormal?
Essa experiência pode ser considerada verdadeira ou não passa de
fantasia? O que a ciência diz sobre isso? Tire dúvidas sobre a
Experiência de quase-morte.
Ela ocorre quando a pessoa está no limiar entre a vida e a morte. O
pesquisador e médico Raymond Moody Jr., cunhou o termo Experiência de
quase-morte em 1975, para aqueles que depois de terem sido ressuscitados
em decorrência de uma parada cardíaca, relataram sensações
extracorpóreas associadas ao plano espiritual.
Relatos sobre EQM ocorrem desde o Egito, a Grécia antiga, China e Japão.
Porém, a pioneira nesse estudo foi a psiquiatra Elizabeth Kubler-Ross
(1926-2004) que pesquisou histórias de pacientes que sofreram a EQM
quando estavam em campos de concentração na Polônia.
Por mais de vinte anos o cardiologista Pim van Lommel estudou as
Experiências de quase-morte (EQMs) em pacientes que sobreviveram a uma
parada cardíaca e tiveram que usar o recurso do desfibrilador para serem
ressuscitados na UTI. Em 2001, ele e seus colegas publicaram um estudo
na renomada revista médica The Lancet.
Concluiu, depois de 13
anos de pesquisa, que a EQM é uma experiência autêntica e não pode ser
atribuída à privação, psicose ou imaginação. O seu livro Consciousness Beyond Life (Consciência Além da Vida), traduzido para vários idiomas, recebeu em 2010 o prêmio Livro da Rede Médica e Científica.
A Associação Internacional para Estudos de Quase-Morte (EUA) acredita
que, independente da religião, cerca de 4,5% da população americana
vivenciou essa experiência, baseada em uma pesquisa feita 1982 pelo
instituto GALLUP (USA).
Desde a década de 70, o número de relatos de EQM está aumentando. O
médico Raymond Moody Jr. estudou 150 casos de pessoas que sofreram uma
parada cardíaca, “morreram” por alguns instantes para depois
“ressuscitarem”. Ele colheu os depoimentos que para ele, não eram
alucinações:
* Os relatos são muito parecidos entre si e descrevem uma profunda paz.
* Visualizam uma luz brilhante e ficam envolvidas nela.
* Escutam um forte zumbido, ouvem uma melodia ou o comentário das pessoas que estão a sua volta.
* Facilidade em subir aos céus.
* Visão de seres de luz muito amorosos (um budista verá Buda e o cristão, Jesus, por exemplo).
* Relatam encontros de entes que já morreram.
* A vida passa por um flashback desde seu nascimento até o instante que “morreu”.
* Ausência de dor e a sensação de grande conforto.
* Relutância em retornar a vida.
Em 1980 o psicólogo Kenneth Ring descreveu as 5 fases da EQM:
1) Sentimento de paz profunda,
2) Sensação de flutuar através do ambiente ou no próprio espaço (sideral),
3) Percorrer o túnel vazio e escuro,
4) Encontrar a luz brilhante no final do túnel,
5) Entrar nessa luz, porém ciente de que se não retornar, irá morrer.
1) Sentimento de paz profunda,
2) Sensação de flutuar através do ambiente ou no próprio espaço (sideral),
3) Percorrer o túnel vazio e escuro,
4) Encontrar a luz brilhante no final do túnel,
5) Entrar nessa luz, porém ciente de que se não retornar, irá morrer.
A experiência não vê distinção de sexo, raça, idade, escolaridade,
estado civil e classe social. Ao longo dos anos, os casos pesquisados
foram em sua maioria de pacientes que tinham a saúde mental normal.
Estes sofreram paradas cardíacas, acidentes gravíssimos, casos de coma,
hipóxia cerebral, epilepsia, AVC, câncer e aids.
A personalidade do paciente passa por uma mudança permanente. A
principal característica é a alteração da percepção quanto à valorização
da vida. Também diz não temer a morte, se torna mais compreensivo e
solidário.
Os relatos de EQM são diferentes da projeção astral (quando a pessoa
tem a sensação de estar fora do corpo), sonhos ou qualquer experiência
com alucinógenos. O uso de drogas, medicação ou a anestesia não provocam
a EQM, ao contrário, faz com que o paciente se esqueça dela.
Dos 150 relatos analisados pela pesquisa do Dr. Raymond Moddy Jr., apenas 3 descreveram experiências negativas.
Para a ciência, é nula qualquer possibilidade de alguém que, declarado
morto, tenha algum tipo de experiência. Ela explica que é fruto da
imaginação, produto de fantasia, memória falsa ou princípio de
contaminação. Porém, nos últimos 25 anos, médicos e cientistas estão
rompendo o silêncio e prosseguindo com as pesquisas.
Ainda não existem resultados que poderiam confirmar a atividade
paranormal. A orientação religiosa também não afetou a probabilidade ou a
profundidade da EQM.
Um ateu tem mais chances de passar por essa
experiência do que uma pessoa mística ou religiosa. Porém, a maioria
dessas pessoas estava convencida de que tinham estado na presença de um
supremo e amoroso poder.
A medicina explica todas as sensações da EQM de outra maneira. A visão
do túnel descrita em 95% dos casos seria resultado da falta de oxigênio
do cérebro que deflagra uma ativação nas células da visão, criando a
sensação de escuridão (túnel) e a luminosidade intensa.
A sensação de
abandono do corpo ocorre com certa frequência em pessoas que tiveram o
sono privado ou vivenciado momentos de forte estresse. Isso tudo ocorre
em uma região do cérebro chamado giro angular que é responsável pela
orientação espacial.
Os cientistas dizem que essa sensação nada mais é do que uma espécie de
artifício do cérebro para se preparar no momento da morte. A sensação de
profunda paz é o resultado da liberação das endorfinas.
Quando o médico Pim van Lommel publicou as informações sobre a EQM,
revelou que metade dos seus pacientes morreu meses depois da
experiência. A ciência entende que as cinco etapas da EQM nada mais são
do que uma espécie de deterioração das células, indicando que o cérebro
está com problemas.
O Dr. Sam Parnia é um dos maiores especialistas mundiais em estudos
científicos sobre a morte, o estado da mente humana e experiências de
quase-morte.
Lidera um estudo acadêmico verdadeiramente inovador, em
colaboração com vários centros médicos em todo o mundo, cuja finalidade é
descobrir cientificamente o que acontece quando morremos.
Divide a sua
atividade acadêmica entre as pesquisas nos hospitais do reino Unido e a
Cornell University, em Nova York. Fundou o Consciousness Research Group,
na Universidade de Southampton. Autor de três livros é atualmente um
dos maiores investigadores sobre esse tema.
Fonte: Terra Via: Arquivos Do Insolito
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