(Foto: Samantha Schreiber)
Apedrejamento em residência no interior já mobilizou BM, lideranças e pesquisadores.
Acontecimentos incomuns presenciados na
casa de uma família moradora na zona rural de Caiçara têm impressionado
as pessoas, e se tornado o principal o assunto da cidade.
Socos nas
paredes, pedras de todos os tamanhos que caem sobre o telhado e até
dentro da casa, mesmo com portas e janelas fechadas.
O que, no início,
foi visto com desconfiança, começa a ser compreendido pela comunidade
como uma possível manifestação sobrenatural.
Valdir Marchioro, morador da comunidade
onde aconteceram as primeiras manifestações do fenômeno, em uma das
noites em que as pedras caíram, relata que tentou ajudar acolhendo a
família na sua casa, para que pudessem ter uma noite de sossego.
“No que
eu tirei o cadeado do portão, e eles foram entrando no pátio, as pedras
começaram a cair no telhado lá de casa”. O vizinho então os levou à
escola da comunidade, onde passaram a noite sem a ocorrência de nova
manifestação.
A cabeleireira e amiga da família, Zilda
Roggia, contou que, devido aos acontecimentos, tem ido até a casa fazer
orações e confortar os moradores, e tem ouvido histórias
surpreendentes.
“Eles me contaram que a mulher estava fazendo pão, e uma
pedra caiu dentro da forma, mesmo com todas as portas e janelas
fechadas. Na segunda-feira, 10, caíram muitas pedras, que inclusive
atingiram os membros da família. Uma faca voou sozinha, ovos caíram, uma
chaleira de água saltou do fogão e uma das pedras atingiu o forno
elétrico, estourando a porta de vidro”, relatou a cabeleireira.
Polícia presenciou manifestações
Na quarta-feira, 5, a Brigada Militar de
Caiçara foi acionada para atender uma ocorrência de apedrejamento no
interior do município. Ao solicitar atendimento policial até o local foi
relatado que havia pessoas dando socos nas janelas e jogando pedras no
telhado, mas que não achavam ninguém. A polícia fez a averiguação e não
encontrou nenhuma pessoa nos arredores da propriedade.
Na quinta-feira, 6, as pedras começaram a
cair sobre a casa ainda durante o dia, e a Brigada foi acionada
novamente.
De acordo com o sargento João Carlos Aquino, os policiais
foram até a propriedade na noite de quarta-feira e ainda na
quinta-feira, durante o dia e também à noite.
“Nós estivemos lá
procurando nos milharais, no meio do mato, subimos um cerro próximo a
casa, em todos os locais onde alguém poderia estar escondido para atirar
as pedras. Não encontramos ninguém, e as pedras não paravam de cair”,
conta Aquino.
O sargento afirma que não era possível ver exatamente de
onde as pedras vinham. “Só se ouvia o barulho do impacto e, em seguida,
já víamos as pedras caídas no chão”, acrescenta.
O soldado da polícia militar, Marcos
Cleber Paloschi, também esteve na propriedade, por duas vezes, enquanto
os fenômenos aconteciam.
A segunda vez foi na quinta-feira, 6, por volta
de meia-noite, quando o policial presenciou a “chuva de pedras”, que se
estendeu até as 3 horas da manhã de sexta-feira, 7.
“Eu comecei a
procurar ao redor para ver se encontrava algo, mas as pedras caíam de
todos os lados. O mais incrível era que nenhuma caía fora da casa, todas
no telhado”, relata o soldado.
Paloschi conta que ficou desesperado,
porque via aquilo acontecer, mas não conseguia encontrar uma explicação
lógica para o que ocorria.
“Eram pedras de todos os tamanhos, grandes,
pequenas. Quando eu estava num lado da casa, elas vinham do outro”,
descreve Paloschi.
Ainda sobre o fenômeno, o sargento
Aquino complementa: “sou católico e a gente não acredita nessas coisas.
Eu já vi de tudo, mas nada parecido com o que aconteceu naquela casa. A
polícia não tem mais o que fazer”.
Por isso, no relatório do registro de
atendimento feito pela Brigada Militar consta que foi aconselhado à
família que buscasse meios religiosos.
Em virtude dos acontecimentos, diversas
correntes religiosas têm entrado em contato com os moradores da casa,
com o objetivo de auxiliá-los.
A reportagem do jornal O Alto Uruguai
conversou com pároco da cidade, Gelson Natal Franceschi, que esteve com a
família. Ele afirmou que não irá emitir nenhum juízo sobre o caso até
que uma equipe multidisciplinar analise a situação.
O que diz a médium
Para ajudar a desvendar o que está
acontecendo em Caiçara, Zilda Roggia levou a família até a casa da
reikiana Nair Calegari Pagno, que é médium.
Em conversa com a equipe do
AU, Nair esclareceu que alguns membros dessa família têm um dom
paranormal, em especial, uma pessoa que tem uma força muito grande. “Mas
nem essa pessoa sabe que tem esse poder, porque é o inconsciente que
faz isso”.
A médium afirma que esse integrante tem uma paranormalidade e
a sua energia está muito desequilibrada. Por isso, ela não sabe
controlar esse poder. “Provavelmente, esse indivíduo que tem essa
paranormalidade avançada, que até move pedras, é alguém que já sofreu
muito”, acredita a reikiana.
Paranormalidade
A parapsicóloga Kleyde Guimarães, do Rio
de Janeiro, que tomou conhecimento do caso através da médium
frederiquense, esclarece que a parapsicologia estuda fenômenos dessa
natureza, semelhantes ao que tem acontecido no interior de Caiçara.
“É
importante destacar que a parapsicologia é uma ciência e, como toda a
ciência, é estudada, pesquisada e comprovada. Não é nada religioso”,
frisa a parapsicóloga.
Kleyde explica que a paranormalidade é
um potencial da mente humana, uma energia controlada pelo subconsciente.
É uma manifestação que algumas pessoas desenvolvem por questões
hereditárias ou por intensos sofrimentos.
“O nosso subconsciente
registra todas as experiências da nossa vida, desde a nossa concepção.
Tudo o que é bom e o que não é fica registrado, e isso pode desencadear
esses eventos paranormais”, afirma a parapsicóloga.
Para Kleyde, de acordo com o que foi
relatado a ela sobre o caso de Caiçara, o ideal seria que a família
fizesse um tratamento parapsicológico para identificar quem desse grupo
desenvolveu essa paranormalidade e está em profunda desarmonia e
sofrimento.
“Essa pessoa desconhece a ação da energia mental dela, e é
algo tão forte que, mesmo desconhecendo isso, ela consegue até provocar
essas pedradas”, conta a parapsicóloga, que reafirma: “é preciso deixar
claro que essa pessoa não sabe. É o subconsciente, que tem uma reação
aos registros de sofrimento e de insegurança”.
O prefeito de Caiçara, Zílio Roggia
afirmou que o município está procurando apoiar os envolvidos através do
acompanhamento de uma assistente social e uma psicóloga.
Ainda ontem,
14, o AU recebeu a informação extra-oficial de que um parapsicólogo do
município de Santo Augusto se disponibilizou a ajudar e poderá se
deslocar até Caiçara para atender o casal e seus filhos.
Fonte: O Alto Uruguai
Via: ArquivosDoInsolito
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